Ficou chocado? Pois vou repetir: ALUNO NÃO É CLIENTE! O conceito de
cliente vem do latim cliens: pessoa que tem acesso a um produto ou
serviço mediante pagamento. Educação não é comércio, Educação não é
produto, Educação não é prestação de serviço.
Educar é a ação de
promover a Educação, que compreende todos os processos,
institucionalizados ou não, que visam a transmitir determinados
conhecimentos e padrões de comportamento a fim de garantir a
continuidade da cultura de uma sociedade. No sentido mais amplo, educar é
socializar, é transmitir os hábitos que capacitam o indivíduo a viver
numa sociedade.
Aluno não é cliente, porque para se aplicar um
processo sério de Educação, nem sempre vamos conseguir agradá-lo como um
real cliente deve ser agradado durante todo o processo. Quando entramos
em uma loja, esperamos ser bem atendidos e bajulados do momento que
entramos, que colocamos o pé na loja, até a porta, onde o vendedor tem
por obrigação e o hábito de nos acompanhar até a saída.
Em uma
escola, nem sempre isso acontece. O aluno tem que ser educado e isso, às
vezes, é um processo dolorido, pois nem sempre ouve o que quer, já que o
interesse maior não é agradá-lo e sim educá-lo, torná-lo melhor, melhor
pessoa, melhor ser humano, para que possa evoluir.
O aluno quer
um professor de muito conhecimento e vivência. Prática e vivencia só se
obtêm por meio de experiências que muitas vezes o aluno ainda não
experimentou.
Nem sempre o discente aceita de forma fácil ou
amigável a essência do professor, que é de quase um pai, do ponto de
vista de responsabilidade. Pelo menos é isso que se espera desde a
educação fundamental até a superior. Um educador é uma pessoa disposta a
transmitir a seu educando conhecimento e vivência, o que é doloroso
para ambos.
Entretanto, o que importa realmente é o resultado
final, a evolução do educando, que, nos níveis superiores, resulta no
aluno se tornando um grande profissional e fazendo diferença em sua vida
e na sociedade.
Penso dessa maneira por causa dos meus 26 anos
docência, como professor. Por vezes, muitos de meus alunos que me
odiaram, hoje são grandes amigos e profissionais de sucesso.
Muitos
se chatearam comigo, mas eu não os bajulei, eu não os agradei, eu fiz o
que era melhor para que eles se tornassem os melhores, os mais capazes,
os mais fortes. Ou seja, se eu tivesse aplicado a eles o conceito puro
de cliente, eu iria me preocupar em agradá-los e não em torná-los os
melhores!
O mundo não é um mar de rosas, o mundo é um campo de
batalhas, onde apenas os mais fortes vão sobreviver e não há lugar para
pessoas mimadas.
Se o aluno quer ser bajulado, não serve para ser
meu aluno, pois nosso foco é fazer dele o melhor. Essa cultura é tão
verdadeira que os melhores alunos se tornam nossos professores.
Educar
não é vender conhecimento, educar é preparar o aluno para os desafios
de um mundo que avalia não por todos os acertos, mas pelo único erro.
Num único erro um médico mata seu filho, em um único erro um engenheiro
derruba um prédio, uma ponte e mata centenas de pessoas, em um único
erro um economista quebra um país inteiro. Não podemos tratar a educação
como um comércio e os alunos como clientes que precisam ser agradados e
bajulados, porque a finalidade de educar é preparar e não agradar. O
processo de formação e preparação nem sempre é agradável, mas os fins
justificam os meios, e o que realmente vale é se tornar o melhor ou
estar entre eles.
Portanto, aluno não é cliente e Educação não é comércio. Entendeu ou eu vou ter que desenhar?
* Darwin
Pacheco Júnior é professor, especialista em educação superior, é
fundador da Dalmass Serviços Educacionais, empresa de Pós-Graduação 100%
presencial, líder de mercado no Norte do País.
** Articulando esclarece que o conteúdo e
opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade do
autor e não refletem necessariamente a opinião do coletivo de
educadores.
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