"O mundo não é, o mundo está sendo", disse o brilhante educador,
pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire, que, já em 1997, enxergava o
mundo sob uma perspectiva dinâmica, em constante movimento. Hoje, 20
anos após a sua morte, o que ele diria da implementação massiva de
componentes tecnológicos dentro das salas de aula?
O Comitê
Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) realizou uma pesquisa com alunos
de escolas públicas e privadas, em turmas de 5º e 9º anos do Ensino
Fundamental, localizadas em áreas urbanas, revelando que 52% dos
estudantes usaram telefones celulares em atividades escolares no ano
passado. Entre os que atuam no Ensino Médio, o percentual atingiu 74%.
Se
já é uma realidade que nossos alunos estão interagindo mais com um
dispositivo eletrônico em sala de aula, em relação aos professores, não é
possível dizer o mesmo. Somente 31% dos docentes da rede pública de
ensino afirmaram usar computadores ou outras ferramentas eletrônicas
para o desenvolvimento de atividades com a classe.
É evidente a
mudança que a tecnologia está causando no modo de viver das pessoas – a
maioria delas não conseguem se imaginar algumas poucas horas
"desconectadas". Por isso, é inevitável utilizar a Internet como
instrumento pedagógico. Professores e instituições de ensino devem
acompanhar a marcha frenética das inovações, para nortear de forma mais
proveitosa o desenvolvimento cognitivo e intelectual de seus alunos, os
quais parecem ter nascido com upgrade em seus "chips" mentais.
Nesse
cenário, não é razoável viver em um mundo paralelo e manter as mesmas
metodologias de ensino tradicionais, visto que grande parcela da
população expandiu seus horizontes e está mais conectada com o mundo. É
preciso estimular, constantemente, as habilidades e competências
estudantis a fim de que a massa corpórea dos mais jovens estejam em
sincronia com sua capacidade de assimilar um nível incessante de
conhecimentos.
Se estivesse entre nós hoje, Paulo Freire
certamente diria que “o modo de ensino também não é, ele está sendo”:
está sendo incrementado, com novos aplicativos, inovações que, de fato,
captam a atenção dos estudantes.
Portanto, para ser mais atrativa
e significativa, a Educação precisa se reinventar, acompanhando o que a
tecnologia tem para contribuir. Assim, será possível buscar a melhora
da qualidade do ensino para as futuras gerações.
* Por Emmanuel Gomes - professor de Química do Sistema de Ensino pH
* * Articulando
esclarece que o conteúdo e opiniões expressas nos artigos assinados são
de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do
coletivo de educadores.
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