terça-feira, 26 de setembro de 2017

Sala de aula é viva e deve estar em constante transformação

"O mundo não é, o mundo está sendo", disse o brilhante educador, pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire, que, já em 1997, enxergava o mundo sob uma perspectiva dinâmica, em constante movimento. Hoje, 20 anos após a sua morte, o que ele diria da implementação massiva de componentes tecnológicos dentro das salas de aula?

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) realizou uma pesquisa com alunos de escolas públicas e privadas, em turmas de 5º e 9º anos do Ensino Fundamental, localizadas em áreas urbanas, revelando que 52% dos estudantes usaram telefones celulares em atividades escolares no ano passado. Entre os que atuam no Ensino Médio, o percentual atingiu 74%.

Se já é uma realidade que nossos alunos estão interagindo mais com um dispositivo eletrônico em sala de aula, em relação aos professores, não é possível dizer o mesmo. Somente 31% dos docentes da rede pública de ensino afirmaram usar computadores ou outras ferramentas eletrônicas para o desenvolvimento de atividades com a classe.

É evidente a mudança que a tecnologia está causando no modo de viver das pessoas – a maioria delas não conseguem se imaginar algumas poucas horas "desconectadas". Por isso, é inevitável utilizar a Internet como instrumento pedagógico. Professores e instituições de ensino devem acompanhar a marcha frenética das inovações, para nortear de forma mais proveitosa o desenvolvimento cognitivo e intelectual de seus alunos, os quais parecem ter nascido com upgrade em seus "chips" mentais.

Nesse cenário, não é razoável viver em um mundo paralelo e manter as mesmas metodologias de ensino tradicionais, visto que grande parcela da população expandiu seus horizontes e está mais conectada com o mundo. É preciso estimular, constantemente, as habilidades e competências estudantis a fim de que a massa corpórea dos mais jovens estejam em sincronia com sua capacidade de assimilar um nível incessante de conhecimentos.

Se estivesse entre nós hoje, Paulo Freire certamente diria que “o modo de ensino também não é, ele está sendo”: está sendo incrementado, com novos aplicativos, inovações que, de fato, captam a atenção dos estudantes.


Portanto, para ser mais atrativa e significativa, a Educação precisa se reinventar, acompanhando o que a tecnologia  tem para contribuir. Assim, será possível buscar a melhora da qualidade do ensino para as futuras gerações.


* Por Emmanuel Gomes - professor de Química do Sistema de Ensino pH
* * Articulando esclarece que o conteúdo e opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do coletivo de educadores.

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