Relatórios de 2023 e 2025 destacam lacunas no uso de tecnologia na educação e apontam a necessidade de abordagens equilibradas com mediação humana
Em meio ao aumento do uso de ferramentas digitais em sala de aula, o relatório global de monitoramento da educação da UNESCO de 2023 revela lacunas estruturais que dificultam a adoção eficaz dessas tecnologias. Segundo o documento, apenas cerca de 10% dos estudantes de 15 anos, mesmo em países ricos, utilizam dispositivos digitais por mais de uma hora por semana em matérias como matemática e ciências. Além disso, apenas metade dos países avaliados possui padrões para o desenvolvimento de habilidades em TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) entre professores.
Outro destaque do documento é a concentração de produção de conteúdo: cerca de 90% dos recursos educacionais abertos em repositórios universitários são provenientes da Europa e da América do Norte, sendo 92% em inglês. Isso limita o alcance e a diversidade cultural do material disponível, especialmente em países de renda média e baixa.
O relatório mais recente da UNESCO, publicado em 2025, identifica um retrocesso : segundo os dados do TIMSS, a pandemia de COVID-19 afetou de forma desproporcional o desempenho das meninas em matemática, especialmente em países de renda média e baixa. O resultado reforça a importância de abordagens educacionais que combinem tecnologia com acompanhamento humano para evitar o aprofundamento das desigualdades.
Para ilustrar essa abordagem equilibrada, entre as plataformas que combinam tecnologia e mediação humana está o TutorMundi, que oferece monitoria escolar, aulas particulares e orientação de estudos com tutores humanos, utilizando recursos de IA apenas como apoio. Em 2024, a plataforma registrou 47.846 horas de monitoria, cobrindo majoritariamente matemática, física, química e biologia. Todos os atendimentos são realizados por tutores de universidades brasileiras como USP, ITA, Unicamp, UFRJ e UFPE.
Segundo o CEO do TutorMundi, Rapha Coe, o foco da plataforma busca preencher lacunas que o uso isolado de tecnologia não resolve. “A tecnologia pode ser útil, mas sem presença humana no processo pedagógico, ela frequentemente falha em engajar o estudante ou responder às suas dúvidas em tempo real”, afirma.
Ainda de acordo com a UNESCO, quase um quarto dos países já proibiu o uso de smartphones em escolas, enquanto menos de 15% possuem leis que garantem a privacidade de dados educacionais. A organização reforça que, antes de ampliar o uso de tecnologia, os países precisam discutir seus impactos sociais, ambientais e econômicos no longo prazo.
Fonte: Rapha Coe - TutorMundi - rapha.coe@tutormundi.com
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