A
Kroton está investindo em um novo nicho de negócio: o de cursos
técnicos. A motivação do grupo educacional é o Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec (Pronatec),
que tornou-se uma das bandeiras para releição da presidente Dilma.
"O
potencial de crescimento do Pronatec é excepcional. A gente vê
incentivos do governo e a taxa de penetração no Brasil dos
cursos técnicos é de apenas 19%. Nos países da OCDE [organização
formada por 34 países], é de 27%", afirmou ontem Rodrigo Galindo,
presidente da Kroton. "Estamos entrando fortemente em um jogo que a
gente sabe jogar, que é educação, e mantendo relacionamento
com o governo. É esse tipo de oportunidade que queremos explorar com
propriedade", acrescentou o executivo, durante teleconferência para
analistas.
A
companhia enxerga o Pronatec como uma oportunidade de crescimento
porque o governo concederá bolsas de estudo para os alunos
que se matricularem em instituições de ensino privadas. Com o aporte
governamental para subsidiar as mensalidades, o grupo de ensino tem uma
receita "segura" - semelhante ao que ocorre com o Fies, financiamento do
governo federal que contribuiu fortemente
para a expansão da Kroton.
O
grupo educacional criou há dois meses uma área específica para os
cursos técnicos e já está com inscrições abertas em várias
de suas unidades até meados deste mês. "Nos próximos trimestres, vamos
divulgar mais informações sobre a procura desses cursos", disse Galindo.
Há
cerca de 10 dias, a presidente Dilma informou que o Pronatec já
alcançou a marca de 4 milhões de matrículas. Os cursos
técnicos do programa podem ser feitos em instituições de ensino
públicas e privadas, Senai, Senac, Senar e Senat. No caso das escolas
particulares, o governo está incentivando o programa com a concessão de
bolsa de estudo. Para as faculdades privadas é vantajoso
porque o repasse da mensalidade é garantido.
Na Kroton, o Fies, que oferece segurança parecida, representou 30% da receita líquida no segundo trimestre. Galindo considera
que um percentual de até 50% é adequado porque não deixa a companhia tão dependente do governo.
O
grupo de ensino, que anunciou uma fusão com a Anhanguera em abril e
aguarda aprovação do Cade para o negócio, divulgou ontem
resultados expressivos do segundo trimestre. O desempenho fez a
companhia revisar novamente para cima as projeções de crescimento para
este ano.
O
destaque de abril a junho foi a geração de caixa, após investimentos e
projetos especiais, que somou R$ 207,6 milhões -
um salto de 263%. "Esse aumento na geração de caixa deve-se,
principalmente, à regularização de matrículas do Fies que ficaram
represadas no primeiro trimestre e à redução das despesas operacionais",
disse o executivo.
O lucro líquido da companhia avançou 206,8%, para R$ 99,5 milhões no segundo trimestre. A receita líquida bateu em R$ 481,5
milhões, o que representa uma expansão de 53%, em relação a igual período do ano passado.
Nas
novas projeções de resultados, o grupo prevê encerrar o ano com um
lucro líquido de R$ 460 milhões, o que corresponde
a um aumento de 11,4% sobre a projeção anterior. A nova estimativa para
a receita líquida é R$ 1,9 bilhão, ou seja, 2,3% superior.
A
empresa também apresentou nova estimativa de Ebitda (sigla em inglês
para lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) ajustado, que agora passa a ser R$ 600 milhões, 9,1% acima
da projeção divulgada anteriormente. A expectativa para a margem Ebtida
também subiu para 31,6% - dois pontos percentuais acima. Dessa forma, a
companhia conseguiu antecipar em dois anos
a meta para esse indicador e, segundo Galindo, há possibilidade de
aumentá-lo ainda mais.Fonte: Valor Econômico, em 9/8/2013.
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