segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Aos profissionais da Educação da cidade do Rio de Janeiro

Os profissionais da Rede Pública do município do Rio, estão em greve há aproximadamente 50 dias. Iniciada no dia  8 de agosto de 2013, até o momento teve  pequenos intervalos de recuos, quando os profissionais da educação deram uma demonstração de paciência aos poderosos da educação.Os profissionais da Educação estão em GREVE por melhores condições de trabalho e na busca da qualidade de ensino para nossos filhos (as)e os filhos (as) da classe trabalhadora, construindo a reestruturação da carreira.

Esta greve é justa e legitima, pois busca por meio da luta pública e aberta, de todos os profissionais da educação, as MELHORIAS DAS CONDIÇÕES DA EDUCAÇÃO NA NOSSA  CIDADE. E, como sabemos, quando estão  em greve , educam ,pois a greve é um ato político e pedagógico.

A  qualidade na educação perpassa como acreditam e querem os educadores, pela existência de um plano de cargos, carreira e remuneração construídos pelos educadores e negociado com o governo. Mas este governo que aí está desrespeitou as negociações.
A qualidade da educação perpassa também pelas melhorias das condições de trabalho, tanto para os professores (as) quanto para todos os profissionais da educação na escola (inspetores, secretário escolar, agentes auxiliares de creche, professores, zeladores, pessoal administrativo, merendeiras,etc), pois todos são educadoras (es).

Poderíamos  elencar vários pontos que dizem respeito a esta qualidade na educação. No entanto o que neste momento  nos interessa é nossa manifestação em relação ao momento pelo qual  passa a luta dos educadores.

E o momento é de um processo de agudização das formas de luta. Além da greve com adesão  unânime,  precisou que os profissionais ocupassem a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro para mostrar o desejo de negociar com o governo, palco para onde foi transferido o desfecho da luta e onde foram  violentamente atacados , pela PM, de forma arbitrária,quando entrou na Câmara neste sábado, sem mandado judicial,sem nenhum documento, após as  18 hs,quebrando cadeados e rasgando a CF, usando  violência para com os profissionais que lá estavam.

Os profissionais da educação resistem a este ataque brutal do Prefeito da cidade quando, traindo os diálogos  que havia construído com  o Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação), apresenta um plano de cargos e remuneração que modificaram totalmente a situação dos profissionais da educação, fazendo uma minirreforma administrativa  na educação, a contragosto de todos.

Aliás, poderíamos até dizer popularmente que o plano apresentado pelo prefeito, no último dia do prazo combinado com a categoria, após período de negociação, EXTERMINA vários cargos na área da educação.

Esse plano enviado pelo Prefeito, mesmo  com a inclusão de 29 emendas, não atende os interesses históricos e as necessidades dos trabalhadores na educação. As emendas proposta, podemos afirmar, com poucas exceções, pioram este plano, transformando-o em um plano “Frankstein”.

Enquanto Setorial de Educação do PT RJ afirmamos e reiteramos ao Prefeito e sua base aliada na Câmara de Vereadores: este plano não unifica o conjunto da carreira do magistério, não avança na direção das reivindicações dos profissionais (após tantas negociações) e acaba literalmente com a existência de vários cargos dos profissionais da educação como os PI e PII, ao criar novos cargos como PEI e PEF, e colocam em uma situação de exclusão do plano a maioria dos profissionais da Educação.

Este plano leva a perdas!! Não diz respeito à rede escolar da cidade do Rio. Parece um plano para outro Estado e “outro estado de coisa”. Parece um plano construído por concepções estranhas à nossa rede escolar. Afinal, perguntamos: de onde vem este plano? Um plano que ignora toda a tradição de nossa rede escolar!!!

Como pode um PCCR não contemplar em seus artigos, 93% dos profissionais na educação? Como pode afirmar que agora só existirão professores de 40 horas, colocando como obrigatório que todos migrem e se não o fizerem ficarão numa espécie de limbo?Como pode jogar fora, de imediato, as carreiras de 16 horas e 22,5 horas semanais? 

Ora, se a reforma imposta é para construir uma rede escolar que funcione em tempo integral, que esta perspectiva considere as cargas horárias dos profissionais atuais e, à medida que novos concursos venham a ocorrer, que sejam pensados nessa lógica. Daí afirmamos:  se não há possibilidades de  fazer um arranjo com este plano apresentado, se não é possível  construir consensos (pois o Prefeito parece estar radicalizado suas  ações), que os Vereadores da base aliada ao Prefeito rejeitem esta proposta ou que o prefeito retire a proposta em tramitação na Câmara.

Se não retirar a proposta, só restará aos profissionais caminhar na direção de  aprofundar a luta  sangrenta, em prol de seus direitos conquistados. Se não retirar a proposta perde a educação,perdem os estudantes, perde a sociedade.

Pelo retorno da negociação - Pela retirada do Plano exterminador dos cargos.

Lutemos até a vitória, profissionais da Educação!

MANTER A GREVE E TODOS À LUTA.
SE NA TERÇA FEIRA NÃO FOR RETIRADO O PROJETO, VAMOS CONSTRUIR NOVAS FORMAS DE LUTA
EDUCAÇÃO EM GREVE! PREFEITO E SECRETÁRIA, A CULPA É DE VOCÊS!
Coordenação do Setorial de Educação do PT-RJ

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