A imprensa tem destacado o caso da deputada –líder
e presidente do PSOL-RJ- a partir da denúncia de funcionários
de seu gabinete que queriam receber por isso. São dois pontos em
investigação. Um deles não é novo.
Comissionados dos poderes executivo e legislativo contribuírem para
seus partidos não é algo ilegal, desde que seja formal.
Quando não o é, temos duas situações:
entrega-se o dinheiro para aumentar a renda de seu chefe, o que é
grave, ou entrega-se informalmente ao partido o que é irregular, mas
não é imoral. Suponhamos que é nesse segundo caso que
se enquadra o caso da deputada.
Mas
esse não é o ponto mais grave do caso. Segundo depoimentos,
registros e gravações, a deputada teria desviado recursos do
caixa do sindicato do qual era diretora financeira para seu partido e para
as atividades políticas do mesmo, até em outros Estados. Esse
é um caso grave, que pela primeira vez se identifica.
Que
sindicatos são muitas vezes usados como massa de manobra de partidos
políticos, se sabe. Que montam claques de apoio a seus deputados,
é evidente. Que empregam partidários, também.
Mas que desviam dinheiro do caixa para transferir ao partido ou deputado
que o lidera, é a primeira vez que se consegue demonstrar. Isso se
dizia, mas não se provava.
E
olha que os caixas das centrais sindicais são robustos. Mas seja por
cuidado contábil, seja por procedimento adequado, o fato é
que até aqui não se conseguia provar tais desvios.
O
caso da deputada do PSOL –nesse sentido- demonstra o desvio da
contribuição dos trabalhadores a seu sindicato para
atividades político-partidárias – trabalhadores que
não têm a menor ideia que suas contribuições
são para a política- partidária. Um caso de extrema
gravidade, que pela primeira vez se demonstra no Brasil.
Fonte: Ex-Blog do Cesar Maia, em 12/9/2013.
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