segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O PSOL e o mensalinho no Rio de Janeiro

A imprensa tem destacado o caso da deputada –líder e presidente do PSOL-RJ- a partir da denúncia de funcionários de seu gabinete que queriam receber por isso. São dois pontos em investigação. Um deles não é novo. Comissionados dos poderes executivo e legislativo contribuírem para seus partidos não é algo ilegal, desde que seja formal. Quando não o é, temos duas situações: entrega-se o dinheiro para aumentar a renda de seu chefe, o que é grave, ou entrega-se informalmente ao partido o que é irregular, mas não é imoral. Suponhamos que é nesse segundo caso que se enquadra o caso da deputada.
        
Mas esse não é o ponto mais grave do caso. Segundo depoimentos, registros e gravações, a deputada teria desviado recursos do caixa do sindicato do qual era diretora financeira para seu partido e para as atividades políticas do mesmo, até em outros Estados. Esse é um caso grave, que pela primeira vez se identifica.
        
Que sindicatos são muitas vezes usados como massa de manobra de partidos políticos, se sabe. Que montam claques de apoio a seus deputados, é evidente. Que empregam partidários, também.  Mas que desviam dinheiro do caixa para transferir ao partido ou deputado que o lidera, é a primeira vez que se consegue demonstrar. Isso se dizia, mas não se provava.
        
E olha que os caixas das centrais sindicais são robustos. Mas seja por cuidado contábil, seja por procedimento adequado, o fato é que até aqui não se conseguia provar tais desvios.
          
O caso da deputada do PSOL –nesse sentido- demonstra o desvio da contribuição dos trabalhadores a seu sindicato para atividades político-partidárias – trabalhadores que não têm a menor ideia que suas contribuições são para a política- partidária. Um caso de extrema gravidade, que pela primeira vez se demonstra no Brasil.
Fonte:  Ex-Blog do Cesar Maia, em 12/9/2013.

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