segunda-feira, 10 de março de 2014

Professora da Estácio será indenizada por ficar um ano sem trabalho e salário

A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho julgou inviável o processamento de recurso de revista da Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá Ltda. contra decisão que a condenou a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais, por manter o contrato de trabalho de uma professora por cerca de um ano, sem lhe conferir trabalho e salários - obrigação principal do empregador. A decisão se deu no exame de agravo de instrumento pelo qual a instituição pretendia que o TST examinasse o caso.

O relator do agravo, desembargador convocado João Pedro Silvestrin, esclareceu que o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ) registrou a presença dos elementos que caracterizam a responsabilidade civil. "Em decorrência da conduta da instituição de ensino, a professora sofreu humilhações e teve dificuldades em honrar suas dívidas", assinalou.

O TRT-RJ confirmou a sentença que deferiu à trabalhadora a indenização, por terem sido violados seus direitos fundamentais, em especial a honra e a dignidade humanas. Ressaltou que, no caso, a Estácio de Sá deixou de pagar salários, sem nenhum motivo, por pelo menos 11 meses, apesar da manutenção do vínculo. A situação teria dificultado a busca de nova colocação no mercado de trabalho e impedido que ela honrasse suas dívidas, gerando humilhação e sofrimento.

No agravo de instrumento, a Estácio de Sá reiterou os termos do recurso de revista cujo seguimento foi negado, alegando que não estavam presentes, no caso, os requisitos que caracterizam a responsabilidade civil do empregador. Também indicou violação ao artigo 5º, caput e inciso X, da Constituição da República, além de transcrever decisões para comprovar divergência de jurisprudência. Para o relator, porém, as alegações recursais não poderiam ser examinadas no TST por conta da Súmula 126, que impede o reexame de fatos e provas.


Fonte: TST e AJS – CORTEZ E ADVOGADOS ASSOCIADOS.

2 comentários:

  1. Muito bom divulgar as sentenças que demonstram a irresponsabilidade civil de instituições que deveriam ter na responsabilidade civil a sua credencial para funcionamento.
    É contraditório, inadmissível e inconstitucional, termos instituições de ensino Superior que não cumprem leis de responsabilidade civil, e se propõem a ensinar a partir da ética, cidadania, reflexão e o pensamento crítico. Assim deveria ser o ensino Superior. Estamos presenciando a volta do modelo "caça níquel" e dos tubarões do ensino, agora oficialmente, made in USA, com apoio do governo, que não responsabiliza com o rigor necessário a ganância dos empresários da mercadoria educação. Infelizmente educação virou mercadoria. Abraços.

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  2. É inadmissível e inconstitucional instituições de ensino Superior não cumprirem com as leis de responsabilidade civil. É preciso mais rigor no acompanhamento do MEC. Estamos registrando a volta do modelo "caça níquel" e dos tubarões do ensino, agora de forma organizada e com apoio oficial. É preciso combater este modelo de educação como mercadoria. Vamos divulgar mais estas notícias.
    Abraços.

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