A diretoria do Colégio Andrews demitiu, no último dia 11 de setembro,
de forma sumária, um de seus professores, causando perplexidade e
indignação. Tal
arbitrariedade deveu-se a uma questão de prova aplicada pelo mesmo, na
qual comparava o massacre dos palestinos promovido pelo governo de
Israel à barbárie
desencadeada pelo nazismo, particularmente o holocausto, que vitimou
cerca de seis milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial.
A demissão de um professor por trabalhar contextos sociais e
históricos passíveis de debates e de diferentes opiniões em provas é um
absurdo, na medida em
que o mesmo não teve seus direitos preservados e teve sua figura exposta
de forma constrangedora, ferindo sua integridade pessoal e
profissional. Coube a
direção arbitrar, demitindo sumariamente o professor sem problematizar
ouvindo outros pontos de vista e, assim, desrespeitando sua cátedra na
sua livre ação
docente. Classificar a condenação ao massacre dos palestinos pelo atual
governo do Estado de Israel como "antissemitismo" é um erro! Já são
públicas as
manifestações de vários intelectuais e setores da sociedade israelense
com críticas ao governo de Israel, expressando livremente diferentes
posicionamentos,
especialmente no que se refere aos ataques a civis palestinos.
Não há discriminação em identificar criticamente a agressão
presente naquele Estado ao povo palestino. Condenar e censurar textos ou
charges que expressem
tal interpretação daquela realidade geopolítica, classificando-os como
"inadequados", é manipulação da prática pedagógica e um ataque à
liberdade de expressão
e opinião dos professores, o que está acontecendo nesta escola, que se
recusa ao debate e a enfrentar o contraditório.
É inadmissível que uma escola reproduza a falta de liberdade
dominante na grande mídia. Um professor, deve discutir com os estudantes
os temas da atualidade,
principalmente sob a ótica humanista, já que a guerra e os conflitos
armados provocam inúmeras mortes injustificáveis.
A diretoria eleita do Sinpro-Rio repudia veementemente a demissão
arbitrária perpetrada pela direção do colégio, que, sob a égide de
“respeitar as
diferenças”, cedeu a uma pressão política e ideológica.Esse tipo de
atitude patronal é significativa e representa a ponta de um iceberg. A
censura e a
arbitrariedade são contrárias a autonomia pedagógica tão necessária para
romper a cultura dominante, notadamente voltada para as elites.
Adotaremos todas as ações para garantir os direitos do professor e
a liberdade de pensamento, imprescindível na construção da democracia e
de uma nação
soberana.
A Diretoria eleita do Sinpro-Rio
Lamentável...
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