A secretária da Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria
Beatriz Luce, diz que o MEC e o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) discutem mais metas
intermediárias para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb). O objetivo é criar mais passos para estimular escolas e governos
municipais e estaduais, tornando as metas mais factíveis. Atualmente o
índice é divulgado de dois em dois anos.
"Essa é uma preocupação. A gente às vezes coloca uma meta muito difícil
de alcançar, mas, se a gente decompõe em mais passos à parte,
conseguimos estimular a gestão da escola, os professores, a comunidade
escolar, os secretários municipais e estaduais", explica Maria Beatriz.
"Não é abrir mão da qualidade de maneira alguma. O que estou dizendo é
que temos que encontrar metas intermediárias ano a ano e não aquela meta
da década".
O Ideb é o principal indicador da qualidade do ensino básico no Brasil.
Em uma escala até dez, sintetiza dois conceitos, a aprovação escolar e o
aprendizado em português e matemática. O Ideb de 2013 foi divulgado
pelo governo no início do mês. A meta estimada de 4,9 para anos iniciais
foi a única cumprida pelo país, que obteve um índice de 5,2. A meta da
década a que a secretária refere-se está no Plano Nacional de Educação
(PNE), que estabelece o índice que deve ser cumprido em cada etapa de
ensino nacionalmente.
"Estamos trabalhando para ver se nós conseguimos qualificar mais as
medidas em geral e estabelecer metas intermediárias que vão estimulando
as pessoas, no sentido de dar um tratamento pedagógico estimulante para o
alcance de todas as escolas", acrescenta Maria Beatriz.
A secretária participou no dia 23/10 de debate na sede do Conselho Federal
de Contabilidade (CFC), em Brasília, cujo tema era Os Desafios da
Educação Brasileira à Luz do PNE. O ministro da Educação, Henrique Paim,
também compareceu ao encontro. Ele destacou os avanços feitos pelo
Brasil na educação nos últimos anos. O ministro citou, como exemplo, a
média de anos de estudo dos brasileiros, que partiu de 2,6 anos em 1980
para os atuais 7,7 anos, número, no entanto, ainda inferior ao de países
da América Latina.
Segundo Paim, devido ao processo tardio de atenção para a área, quando
comparada aos demais países, o Brasil ainda demorará algum tempo para
atingir o topo de indicadores. "Não podemos exigir que tenhamos uma
resposta imediata do ponto de vista educacional e nem que estejamos
situados nos exames internacionais nas primeiras posições. Temos uma
barreira a ser superada e o esforço que temos que fazer é um esforço
muito grande para que possamos avançar ainda mais".
Sobre o financiamento da educação, que pelo PNE deverá chegar a pelo
menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em dez anos, Paim
disse que além de mais recursos, a área precisa também melhorar a
gestão. O CFC colocou-se à disposição com profissionais para auxiliar
principalmente na gestão municipal, onde estão os maiores gargalos.
Fonte: Agência Brasil, 23/10/2014.
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