O mercado jurídico nos EUA deu alguns sinais de revitalização,
ultimamente, mas dificilmente vai recuperar a força que tinha antes da
recessão de 2008 e anos seguintes. A advocacia não é mais uma rota
segura para o sucesso, que os estudantes escolhiam antigamente. Hoje, o
mercado jurídico já não comporta tantos bacharéis, porque, a cada ano,
há menos emprego e mais candidatos.
Esse é o argumento que as
faculdades de Direito usaram para justificar a opinião de que o número
delas próprias país deve ser reduzido. De acordo com uma pesquisa da
Kaplan Test Prep, divulgada pelo site Above the Law, 65% das faculdades
de Direito consultadas declararam que o país tem instituições de ensino
de Direito demais e que, portanto, algumas deveriam ser fechadas.
A
pesquisa foi feita entre agosto e setembro deste ano, com 111 das 205
faculdades de Direito credenciadas pela American Bar Association (ABA)
do país. Entre elas, participaram 12 das 25 melhores faculdades do país,
segundo o ranking da U.S. News & World Report.
Obviamente,
nenhuma dessas faculdades se inclui entre as que deveriam ser fechadas,
para adequar o número de bacharéis ao mercado, diz o Above the Law.
Assim, não seria uma tarefa fácil fechar um certo número de faculdades.
Diante
dessa dificuldade, as faculdades consultadas disseram apoiar uma
proposta que já está na mesa, a de que a ABA suspenda por um ano o
credenciamento de novas faculdades de Direito. Essa é uma proposta que
foi oficialmente feita pelo Conselho Nacional de Consultoria sobre
Qualidade Institucional, um órgão do Departamento de Educação dos EUA.
Mas a proposta não agradou a ABA, que já a rejeitou, pelo menos por
enquanto.
Porém, há mais que preocupações com o futuro dos
bacharéis por trás dessas propostas para fechar escolas ou suspender o
credenciamento: as faculdades estão perdendo matrículas de novos
estudantes de Direito, ano após ano. Em 2016, a perda foi de 24% — menor
que a de 2015, que foi de 35%, e de 2014, que foi de 54%. Em termos
econômicos, as perdas estão decrescendo, mas os números continuam no
vermelho.
Uma indicação de que as faculdades estão “no vermelho” é
a recente — e contínua — evasão de cérebros. Professores, acadêmicos e
funcionários graduados estão deixando as faculdades e estudantes
“preferenciais”, aqueles que tiveram um ótimo desempenho escolar prévio à
universidade, estão evitando os cursos de Direito.
Fonte: Conjur, em 9/10/2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário