Apesar dos percalços e dificuldades da educação brasileira, não é baixo o número de jovens que optam pela pedagogia como caminho profissional. Seja por identificação pessoal, tradição familiar ou acaso, os professores em formação contam, às vésperas do Dia do Professor (15 de outubro), que o objetivo é continuar a regar a paixão pelo exercício do conhecimento em novas pessoas.
É o caso de Juliana Barizão da Silva, 20, que está no quarto semestre do curso e atua como auxiliar de sala de aula há um ano. Além de gostar de crianças, a estudante de Santo André afirma que o mais emocionante é perceber como as crianças aprendem rápido e acompanhar o desenvolvimento das novas habilidades. Apesar das dificuldades na carreira, Juliana conta que está preparada. “Quando estou com as crianças, eu me divirto, aprendo, me sinto satisfeita e feliz”, declara.
Para Francielle Sant’Anna Barbieri, 21, estudante do oitavo semestre de pedagogia, a rotina de sala de aula foi uma surpresa. Na área há quatro anos, a professora conta que pensou que a profissão fosse menos exigente, mas que não se arrepende da escolha. Outro ponto que a levou às salas de aula foi a influência de professores na trajetória escolar. “Sempre tive bons exemplos e sempre acreditei que pudesse plantar uma sementinha do bem nas crianças, como eles plantaram em mim”, conta.
Também influenciada por exemplos, a professora de língua portuguesa do Colégio Adventista de Santo André, Marcia Gomes, diz que até olhou para outras áreas, mas resolveu voltar para a sala de aula. “Comecei como secretária e passei a dar aula […] depois me formei em direito e parei de lecionar por três anos, mas não aguentei. Ser professora é meu propósito de vida”, conta. Hoje, com 33 anos de profissão, Márcia conta que faria tudo novamente e que a maior recompensa é o contato com os alunos. “Ver um aluno que também quer ser professor ou ir em algum lugar e ver um ex-aluno como profissional de sucesso não tem preço”, completa.
No caso de Ana Clara Bertucço, 20, a escolha por pedagogia veio da família que a levou se questionar sobre a educação inclusiva. “A escolha surgiu quando comecei a pensar em como a instituição poderia contribuir com essa área e até onde, legalmente, essas famílias são acolhidas”, afirma. Para a estudante do sexto semestre do curso, a maior motivação para os estudos está na crença às crianças e em dias melhores. “Nada é mais gratificante do que ver a evolução de uma criança, do que ver a alegria nos olhos quando veem que são capazes para fazer tal coisa”, declara.
Quem também tem interesse na área de educação inclusiva é Natália Dias, 22. Desde março de 2018, acompanha o desenvolvimento de um aluno que está no quarto ano do ensino fundamental com transtorno do espectro autista. Para Natália, que se forma em 2020, a importância da pedagogia é a contribuição para a formação humana. “É uma profissão de formação humana […] para isso, precisamos de profissionais comprometidos com a vida, principalmente”, reflete.
Para o futuro profissional ter sucesso, Ana Silvia Moço Aparício, gestora do Mestrado em Educação da USCS, recomenda muitas horas de estudo e constante atualização. Com 35 anos de atuação, afirma que há mercado e a grande exigência é por profissionais qualificados e que saibam dialogar com as novas tecnologias em sala de aula e com o aluno inserido neste mundo. “É preciso entender essas transformações e ter atitude não preconceituosa com a hibridização cultural”, diz. Ana afirma que vale a pena ser professor e que o setor necessita de novos educadores, comprometidos com as mudanças e com a construção de um sociedade mais justa e tolerante.
Fonte: Repórter Diário em 14/10/2019.
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