Ela se formou em comunicação social com habilitação em Publicidade e Propaganda, na Estácio do Pará, em 2018, e aqui compartilha sua experiência.
Quando observamos uma geração que nasceu em meio aos computadores, tablets e smartphones é necessário compreender que o processo de educação destes jovens pode acompanhar este novo e dinâmico contexto. Pesquisas antes realizadas em bibliotecas, hoje podem ser feitas com alguns cliques no celular ou computador. Livros digitais são folheados através de “telinhas”. Atingir essa geração é um desafio que só pode ser vencido através da adaptação dos métodos educacionais.
Levando isso em conta, o projeto “Tô ligado!”, desenvolvido nas Escolas Estaduais Manuel Leite Carneiro e Ruth dos Santos Almeida, em Belém, foi uma alternativa para estimular os alunos a entenderem e exercerem seu papel como cidadãos, se vendo como parte do processo de construção da comunidade escolar. A Educomunicação é vista como uma eficiente metodologia no processo educacional, afinal permite aos alunos apropriarem-se criativamente dos meios de comunicação, integrar a voz dos estudantes ao ecossistema comunicativo da escola e, em última instância, melhorar a gestão do ambiente escolar com a participação dos educandos.
Para o desenvolvimento deste projeto, que depois virou meu TCC, realizei uma pesquisa sobre a participação dos alunos no ciberespaço e oficinas para o desenvolvimento dos seus interesses e habilidades. Tendo como base estudos de pesquisadores da Educomunicação, como Ismar Soares, da Comunicação, como Jesús Martín-Barbero, e Cibercultura, como Pierre Lévy e Martha Gabriel, foi possível perceber uma mudança de perspectiva da comunidade escolar quanto à utilização da comunicação como ferramenta, e principalmente passar a olhar o aluno como ativo no processo educacional.
Como trabalhei com duas escolas públicas, o principal desafio foi conseguir executar as oficinas, visto que ocorreram paralisações, além do fato que alguns professores mostraram resistência às atividades por questões políticas e pessoais.
Nesse processo pude compreender que uma pesquisa só pode ser sustentada com um bom embasamento teórico. Foi por meio de muita leitura que consegui construir o projeto Tô Ligado, e a partir dele escrevi minha monografia.
Trabalhar com educação pública me fez perceber não apenas a carência no nosso sistema educacional, mas a importância de processos diferenciados que moldem uma nova forma de pensar a educação e a construção do indivíduo. O projeto permitiu experimentar alternativas criativas da apropriação comunicacional, e traz a esperança de um futuro melhor.
O trabalho me ensinou a olhar a pesquisa como uma possibilidade de mudança social e me abriu portas para onde estou hoje, trabalhando com assessoria acadêmica e como bolsista do mestrado na Universidade Federal do Pará. Estou desenvolvendo uma pesquisa sobre os processos de dominação e resistência dentro das escolas públicas do estado.
Conselhos para quem está fazendo o TCC
O primeiro passo é gostar do que vai pesquisar, já que você vai passar muitas horas fazendo aquilo, precisa ser algo que lhe instigue e faça seus olhos brilharem. Recomendo muita leitura, pois é preciso conhecer bem o seu tema e os autores para não sentir dificuldade em escrever. Por último, divirta-se. O desenvolvimento do TCC passa rápido e cada pequeno momento é valioso.
Fonte: Portal Imprensa em 12/02/2020. Mais detalhes no link abaixo.
http://portalimprensa.com.br/i
Nenhum comentário:
Postar um comentário