No começo do vídeo, um estudante se dirige aos colegas: "Sei que estamos em semana de provas, mas ou a gente salva de vez nossa universidade, ou ela vai para o buraco". As imagens seguintes mostram os alunos subindo as escadas que levam à direção. Depois, o mesmo estudante aparece conversando pelo interforne com um funcionário, garantindo que eles pretendiam "fazer essa ocupação da maneira mais pacífica possível. Nenhum funcionário será encostado e todos terão acesso às salas".
Em seguida, os alunos aparecem em meio a funcionários que parecem ser diretores da Gama Filho: "Estamos comunicando aos responsáveis por este prédio que agora ele pertence aos alunos de Medicina, e que posteriormente vamos ampliar isso para toda a universidade. Só sairemos daqui quando tivermos nossa carta de reivindicações atendidas ou negociadas. Ou então, que desçam o sarrafo, mas só sairemos daqui com isso pronto".
A crise na universidade já dura algum tempo. Com a ocupação, os alunos exigem da Galileo Educacional, mantenedora da UGF, o depósito imediato dos soldos do corpo docente referentes ao mês de junho, mais o pagamento de um terço das férias de 2011. Segundo os estudantes, a direção da universidade teria prometido o depósito para o dia 5 de julho, o que até agora não teria ocorrido.
O grupo também reivindica a intervenção do Ministério da Educação (MEC) na UGF. Segundo o presidente do Centro Acadêmico Alber Sabin (CAMED), Edvaldo Guimarães Júnior, a instituição não pode se manter sozinha:
- A Galileo Educacional não tem competência de administração. Pagamos mais de R$ 2 mil de mensalidade e nossos professores ainda assim ficam com salário atrasado.
Na tarde da segunda (15/7), professores da Associação dos Docentes da Gama Filho reunidos em assembleia decidiram suspender a greve para não prejudicar os alunos, já que estão previstas as provas de final de período letivo para esta semana. Na ata da reunião, é dito que "apesar das novas informações, prestadas pela Direção da Galileo de que (...) haverá informação precisa sobre o pagamento a ser efetuado até quinta-feira (18/7), a assembleia não confia nas informações prestadas pela Mantenedora".
Por meio de sua assessoria, a UGF informou que o os salários de junho e o montante equivalente a um terço das féridas de 2011 serão depositados até esta sexta-feira (19/7). A universidade deve lançar uma nota oficial nas próximas horas.
Na manhã desta terça, a presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araujo, esteve no local e conversou com os estudantes. Segundo ela, o órgão apoia a manifestação:
- O governo federal fala que vai criar mais faculdades de Medicina e importar médicos sem Revalida, mas o brasileiro que quer se formar aqui não pode? O MEC diz que o problema não é deles, mas o ministério não cumpre sua responsabilidade de fiscalizar.
Outro que esteve no local mais cedo foi o deputado estadual Robson Leite (PT), relator da CPI que investiga instituições privadas de ensino na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Segundo ele, a UGF tem atualmente R$ 890 milhões em dívidas, em sua maioria trabalhistas. Ainda de acordo com o parlamentar, é preciso que uma lei federal regulamente o poder do MEC que intervir não só na parte acadêmica, mas também na administração dessas instituições.
- Se olharmos para as faculdades privadas do Rio, a maioria está afundada em dívidas, mas suas mantenedoras estão lucrando como nunca. Como podemos explicar isso? - disse o deputado.
Estudantes do CAMED afirmaram que vão continuar ocupando a reitoria da UGF até que os pagamentos sejam efetivados.
Fonte: Globo Educação, em 17/7/2013.
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