sábado, 3 de agosto de 2013

MEC suspende vestibulares da Gama Filho e UniverCidade

Medida ocorre após o grupo Galileo, mantenedor das instituições, descumprir acordos trabalhistas e atrasar salários de funcionários.

O Ministério da Educação (MEC) suspendeu por medida cautelar os vestibulares das Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (Univercidade). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira (2/8).

As duas instituições pertencem ao grupo Galileo Educacional, que enfrenta uma crise financeira e já acumula mais de R$ 900 milhões em dívidas. De acordo com o despacho da Secretaria de Supervisão e Regulação do Ensino Superior (SERES), a medida foi tomada em face do descumprimento de compromissos trabalhistas assumidos pela mantenedora, como pagamento de salários atrasados de docentes e funcionários administrativos.


A suspensão vale também para a admissão de novos alunos em seus cursos de graduação por meio de transferência ou qualquer outra forma de ingresso. O embargo também recairá sobre cursos de pós-graduação em ambas as instituições. Ainda pelo despacho, a proibição valerá até que a Galileo Educacional cumpra os compromissos.

Na sexta-feira, alunos da UGF que foram às aulas deram de cara na porta. Um comunicado exposto pelo campus da Piedade informava que todas as instalações estariam fechadas até sábado (3/8) por conta de umas greve de funcionários administrativos, que protestam contra o atraso nos salários. Provas do final do período letivo que ocorreriam nesta sexta foram adiadas para a semana que vem.


O estudante de Medicina Rafael Collado foi um dos que não foram pegos de surpresa com o fechamento da universidade. Há mais de 15 dias, Collado ocupa a reitoria da UGF junto com outros cerca de 100 estudantes. Collado era um dos que teria prova nesta sexta:
- Soube ontem à noite do fechamento da universidade porque eu já estava dormindo aqui, mas hoje de manhã muitos colegas meus deram de cara na porta - afirmou Rafael, que diz agora temer que a direção da universidade aproveite o espaço vazio do campus para reintegrar a posse a reitoria.


Os estudantes ocuparam o local em 16 de julho, exigindo da Galileo o pagamento dos vencimentos dos professores referentes a junho deste ano, além do equivalente a um terço das férias de 2011. Após estourar dois prazos para realizar o depósito, a mantenedora ficou de fazer o pagamento nesta quarta-feira (31/7). Em reposta ao GLOBO, a Galileo informou que não depositou os vencimentos por conta de uma "queda significativa de arrecadação".


Por conta da crise, os estudantes também exigem que a Galileo apresente seu fluxo de caixa e que o MEC intervenha no grupo. No entanto, em reunião com os alunos, um funcionário do ministério explicou que o governo federal não poderia intervir legalmente na mantenedora, pois a crise seria de ordem financeira, e não acadêmica.


O servidor do MEC expôs ainda como seria o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), sugerido pelo ministério na última sexta-feira (26) após uma reunião em Brasília envolvendo tanto os dirigentes da Galileo quanto representantes dos corpos docente e discente da UGF. O texto TAC deve ser redigido dentro de 15 dias e assinado por todas as partes.


Fonte: O Globo Educação, em 2/8/2013.

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