Medida ocorre após o grupo Galileo, mantenedor das instituições,
descumprir acordos trabalhistas e atrasar salários de funcionários.
O Ministério da Educação (MEC) suspendeu por medida cautelar os
vestibulares das Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário
da Cidade (Univercidade). A decisão foi publicada no Diário Oficial da
União de sexta-feira (2/8).
As duas instituições pertencem ao grupo Galileo Educacional, que
enfrenta uma crise financeira e já acumula mais de R$ 900 milhões em
dívidas. De acordo com o despacho da Secretaria de Supervisão e
Regulação do Ensino Superior (SERES), a medida foi tomada em face do
descumprimento de compromissos trabalhistas assumidos pela mantenedora,
como pagamento de salários atrasados de docentes e funcionários
administrativos.
A suspensão vale também para a admissão de novos alunos em seus cursos
de graduação por meio de transferência ou qualquer outra forma de
ingresso. O embargo também recairá sobre cursos de pós-graduação em
ambas as instituições. Ainda pelo despacho, a proibição valerá até que a
Galileo Educacional cumpra os compromissos.
Na sexta-feira, alunos da UGF que foram às aulas deram de cara na
porta. Um comunicado exposto pelo campus da Piedade informava que todas
as instalações estariam fechadas até sábado (3/8) por conta de umas
greve de funcionários administrativos, que protestam contra o atraso nos
salários. Provas do final do período letivo que ocorreriam nesta sexta
foram adiadas para a semana que vem.
O estudante de Medicina Rafael Collado foi um dos que não foram pegos de
surpresa com o fechamento da universidade. Há mais de 15 dias, Collado
ocupa a reitoria da UGF junto com outros cerca de 100 estudantes.
Collado era um dos que teria prova nesta sexta:
- Soube ontem à noite do fechamento da universidade porque eu já estava
dormindo aqui, mas hoje de manhã muitos colegas meus deram de cara na
porta - afirmou Rafael, que diz agora temer que a direção da
universidade aproveite o espaço vazio do campus para reintegrar a posse a
reitoria.
Os estudantes ocuparam o local em 16 de julho, exigindo da Galileo o
pagamento dos vencimentos dos professores referentes a junho deste ano,
além do equivalente a um terço das férias de 2011. Após estourar dois
prazos para realizar o depósito, a mantenedora ficou de fazer o
pagamento nesta quarta-feira (31/7). Em reposta ao GLOBO, a Galileo
informou que não depositou os vencimentos por conta de uma "queda
significativa de arrecadação".
Por conta da crise, os estudantes também exigem que a Galileo apresente
seu fluxo de caixa e que o MEC intervenha no grupo. No entanto, em
reunião com os alunos, um funcionário do ministério explicou que o
governo federal não poderia intervir legalmente na mantenedora, pois a
crise seria de ordem financeira, e não acadêmica.
O servidor do MEC expôs ainda como seria o Termo de Ajuste de Conduta
(TAC), sugerido pelo ministério na última sexta-feira (26) após uma
reunião em Brasília envolvendo tanto os dirigentes da Galileo quanto
representantes dos corpos docente e discente da UGF. O texto TAC deve
ser redigido dentro de 15 dias e assinado por todas as partes.
Fonte: O Globo Educação, em 2/8/2013.
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