Desde
a criação do Prouni, em 2005, instituições privadas de ensino superior
deixaram de pagar R$ 3,97 bilhões em tributos federais.
Ao
aderir ao programa, que concede bolsas integrais e parciais (50% da
mensalidade) a alunos de baixa renda, as faculdades recebem isenção
sobre quatro impostos e contribuições
federais: Imposto de Renda, PIS, Cofins e CSLL (Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido).
"O
programa é vantajoso para todos: governo, instituições e sociedade",
afirma Solón Caldas, diretor-executivo da ABMES (Associação Brasileira
das Mantenedoras de Ensino
Superior).
Neste
semestre, 919 instituições privadas ofertaram bolsas do Prouni -o que
representa cerca de 45% do total de particulares no país.
Os
valores da isenção fiscal cresceram até 2010, quando o montante chegou
ao auge: naquele ano, a renúncia foi de R$ 676,4 milhões, em valores
atualizados.
No
ano seguinte, após críticas do TCU (Tribunal de Contas da União), o
Ministério da Educação mudou as regras para o cálculo do benefício. A
partir de então, a isenção
ficou vinculada ao preenchimento das vagas do programa e não à
quantidade ofertada pelas instituições.
A mudança foi para evitar que a União pagasse por vagas não preenchidas.
"Há
um jogo de ganha-ganha: são vagas que no fundo estavam ociosas. As
escolas ampliam o uso [da sua infraestrutura] e um conjunto muito grande
de pessoas têm acesso
ao ensino superior", diz Amaury Gremaud, professor da Faculdade de
Economia da USP Ribeirão Preto.
PERDIDO
Até o primeiro semestre deste ano, mais de 1,2 milhão de estudantes foram atendidos por meio do Prouni.
"Sem
o programa eu estava perdido ou teria que voltar pra roça e ficar na
enxada", afirma Absalon Pereira Alves, 52, bolsista integral do curso de
direito na Universidade
Católica de Brasília.
Alves
fugiu de casa adolescente. Chegou a morar nas ruas de São Paulo e
sobreviveu fazendo bicos. Concluiu os estudos pelo EJA (Educação de
Jovens e Adultos ) e fez o
Enem três vezes até ter a pontuação mínima para disputar uma vaga. No
9º semestre de direito, quer fazer concurso para defensor público.
Primeiro
da família a ingressar no ensino superior, Cristiano Dantas de Almeida,
39, diz que os estudos vão contribuir para uma melhora nas finanças. "A
carreira médica
é promissora no país", pondera ele, estudante do 5º semestre do curso.
Fonte: Folha de São Paulo, em 4/8/2013.
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