quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Denúncia de irregularidades derruba presidente do PSol do Rio

A deputada estadual Janira Rocha não é mais presidente do PSol do Rio de Janeiro e, ao mesmo tempo, deixou a liderança do PSol na Assembleia Legislativa do Estado. A decisão foi tomada nesta terça-feira, dia 3, em reunião do partido, que decidiu também encaminhar à Comissão de Ética partidária pedido de investigação sobre denúncias feitas por dois ex-assessores da deputada que tentaram vender um dossiê com denúncias contra Janira para a secretária de Defesa do Consumidor do Estado, Cidinha Campos, e foram presos em flagrante. Os dois ex-assessores da deputada Janira Rocha foram detidos por agentes da Delegacia de Polícia Fazendária na noite de segunda-feira, dia 2. Cristiano Valadão e Marcos Paulo Alves são acusados de querer vender, por R$ 1,5 milhão, documentos que comprometeriam Janira. Eles foram detidos no gabinete de Cidinha Campos que, assediada pela dupla há uma semana, marcou um encontro e chamou a polícia. O dossiê aponta supostas irregularidades na prestação de contas na última eleição da deputada. Mostra ainda a suposta prática de cotização do salário dos funcionários, que é o repasse de parte do pagamento para a parlamentar. Na delegacia, Marcos Paulo afirmou que, do salário de R$ 7.200, R$ 4 mil eram devolvidos. “Porque fazia a cotização, dizia que era para os nossos projetos, para as nossas coisas e no final não tinha nada disso”, disse o ex-assessor Marcos Paulo. “Ela fez um acordo político. A proposta de cotização foi para que a gente bancasse o nosso movimento popular. Isso nunca aconteceu”. No dossiê, além de documentos, Marcos Paulo e Cristiano juntaram fitas de áudio, gravadas durante conversas com a deputada. Em uma gravação, Janira Rocha admite que a cotização é uma prática comum no gabinete dela. “Eu não faço nada dentro deste mandato que eu possa me envergonhar, pode até ser que tem algumas coisas que são feitas aqui, como a única, que é a cotização, que não é legal lá fora, entendeu? Mas isso não me envergonha, não me envergonha, eu não estou roubando dinheiro pra mim, entendeu? Eu não estou roubando dinheiro pra mim”, afirmou Janira em uma gravação. Em outra escuta, a deputada afirma que usou dinheiro do Sindicato dos Previdenciários do Rio, do qual foi diretora, para a campanha eleitoral. E propõe a elaboração de um relatório para disfarçar o uso ilegal da verba. "A gente pode botar no relatório que o dinheiro foi para atividades políticas, mobilizadoras, não pode dizer que foi pra construção de PSol. Foi para disputa, para eleger deputado. Isso não pode, isso é crime, então é um crime tanto do sindicato quanto um crime nosso, né? Crime eleitoral", diz a deputada numa gravação.

Informe da SEMOP/PT-RJ, em 3/9/2013.

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