A deputada estadual Janira Rocha não é mais
presidente do PSol do Rio de Janeiro e, ao mesmo tempo, deixou a liderança do
PSol na Assembleia Legislativa do Estado. A decisão foi tomada nesta
terça-feira, dia 3, em reunião do partido, que decidiu também encaminhar à Comissão
de Ética partidária pedido de investigação sobre denúncias feitas por dois ex-assessores
da deputada que tentaram vender um dossiê com denúncias contra Janira para a
secretária de Defesa do Consumidor do Estado, Cidinha Campos, e foram presos em
flagrante. Os dois ex-assessores da deputada Janira Rocha foram detidos por
agentes da Delegacia de Polícia Fazendária na noite de segunda-feira, dia 2.
Cristiano Valadão e Marcos Paulo Alves são acusados de querer vender, por R$
1,5 milhão, documentos que comprometeriam Janira. Eles foram detidos no
gabinete de Cidinha Campos que, assediada pela dupla há uma semana, marcou um
encontro e chamou a polícia. O dossiê aponta supostas irregularidades na
prestação de contas na última eleição da deputada. Mostra ainda a suposta
prática de cotização do salário dos funcionários, que é o repasse de parte do
pagamento para a parlamentar. Na delegacia, Marcos Paulo afirmou que, do
salário de R$ 7.200, R$ 4 mil eram devolvidos. “Porque fazia a cotização, dizia
que era para os nossos projetos, para as nossas coisas e no final não tinha
nada disso”, disse o ex-assessor Marcos Paulo. “Ela fez um acordo político. A
proposta de cotização foi para que a gente bancasse o nosso movimento popular.
Isso nunca aconteceu”. No dossiê, além de documentos, Marcos Paulo e Cristiano
juntaram fitas de áudio, gravadas durante conversas com a deputada. Em uma
gravação, Janira Rocha admite que a cotização é uma prática comum no gabinete
dela. “Eu não faço nada dentro deste mandato que eu possa me envergonhar, pode
até ser que tem algumas coisas que são feitas aqui, como a única, que é a
cotização, que não é legal lá fora, entendeu? Mas isso não me envergonha, não
me envergonha, eu não estou roubando dinheiro pra mim, entendeu? Eu não estou
roubando dinheiro pra mim”, afirmou Janira em uma gravação. Em outra escuta, a
deputada afirma que usou dinheiro do Sindicato dos Previdenciários do Rio, do
qual foi diretora, para a campanha eleitoral. E propõe a elaboração de um
relatório para disfarçar o uso ilegal da verba. "A gente pode botar no
relatório que o dinheiro foi para atividades políticas, mobilizadoras, não pode
dizer que foi pra construção de PSol. Foi para disputa, para eleger deputado.
Isso não pode, isso é crime, então é um crime tanto do sindicato quanto um
crime nosso, né? Crime eleitoral", diz a deputada numa gravação.
Informe da SEMOP/PT-RJ, em 3/9/2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário