O grupo Galileo Educacional, mantenedor da Universidade Gama Filho (UGF)
e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), informou na tarde
da quarta-feira (2/10) que vai demitir 348 professores das suas
instituições. O corte representa 25% de todo o corpo docente, composto
por 1.388 profissionais. Em nota, o grupo afirmou que a medida faz parte
do plano de reestruturação da mantenedora.
Dos 348 docentes, 227 são da Universidade Gama Filho e 121 da
UniverCidade. Pelo comunicado, o grupo Galileo afirmou que,
"infelizmente a mantenedora se viu na contingência de reduzir seu quadro
de professores, com forma de ajustar as finanças internas e recuperar o
nível de excelência na qualidade de ensino".
Durante a tarde, o
presidente da Galileo, Alex Porto, apresentou os gastos do grupo a cerca
de dez alunos que protestavam contra os problemas na instituição.
Segundo ele, de janeiro a agosto deste ano, o grupo teve uma arrecadação
de R$ 78 milhões, advindos principalmente das mensalidades pagas pelos
estudantes.
Entretanto, no mesmo período, a despesa da mantenedora,
incluindo o pagamento de professores, foi de R$ 97 milhões.
Os
professores demitidos serão avisados ao longo da semana por meio de
telegrama. De acordo com a assessoria da Galileo, os cortes foram
distribuídos em diferentes cursos.
A mantenedora informou ainda
que, apesar de ter pago na semana passada os salários atrasados de
professores referentes a julho e agosto, "não foi possível sanar todos
os problemas financeiros da UGF e do Centro Universitário, que se
arrastam há décadas".
Para a Galileo, a origem da crise remonta às gestões anteriores:
"A direção encontrou uma série de pontos críticos, oriundos de gestões anteriores, que afetam as áreas administrativa e fiscal."
Ainda
de acordo com a nota, o Sindicato dos Professores do Município do Rio
de Janeiro (Sinpro-RJ) já havia sido avisado previamente sobre as
demissões. Mas não é o que argumenta o próprio sindicato. Segundo o
presidente do Sinpro-RJ, Wanderley Quêdo, há seis anos que demissões
acontecem nas instituições sem que entidades sindicais sejam
comunicadas:
- Não sabíamos. Aliás, virou praxe a Galileo demitir e
não avisar ninguém. Isso é mais uma arbitrariedade e ato de agressão
contra professores que estavam em greve e voltaram às aulas nesta semana
- afirmou o presidente do Sinpro-RJ.
Outro que não soube
previamente das demissões foi o secretário da Associação dos Docentes da
Gama Filho (ADGF) , Jorge Atilio Silva Iulianelli:
- Fui pego de
surpresa com essa notícia. Em nenhuma reunião entre nós, a Galileo e o
MEC, foi aventada essa possibilidade de demissão - afirmou Iulianelli.
Desde
que o grupo Galileo assumiu as mantenças da UGF e da UniverCidade, no
final de 2011, cerca de mil professores foram demitidos, enquanto que
mensalidades de cursos como Medicina da Gama Filho subiram 40%.
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