Os
resultados por escola no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012
mostram que a rede privada piorou mais do que a pública em comparação
com 2011, puxando a média das notas para baixo
- sobretudo em São Paulo. Entre escolas particulares paulistas, 47%
daquelas que tiveram os resultados dos dois últimos anos divulgados
registraram queda na média geral. Entre as públicas, esse porcentual foi
de 34%. O mesmo ocorre em todo o País: 45% das
privadas caíram entre 2011 e 2012, enquanto a queda nas públicas foi de
40%.
As
médias são calculadas com base nas notas das quatro áreas da prova
(Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Matemática). Com o
método matemático adotado, é possível comparar
o desempenho - teoricamente, os exames têm a mesma dificuldade. Das
11.239 escolas que aparecem na lista de 2012, 6.833 tiveram dados em
2011. Entre essas, a média geral das notas caiu 3%, de 537 para 521
pontos. O recorte foi realizado pelo Estadão Dados.
Entre
as instituições que tiveram os dados nos dois anos, houve queda em
todas as redes na área de Linguagens (Português e Língua Estrangeira).
Mas na rede privada houve a maior queda nessa
área, de 6,1%. A particular foi a única em que a média de Ciências da
Natureza caiu.
A
diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, vê importância nas
informações, mas diz que é preciso cautela. "Os resultados não podem ser
ignorados, mas é importante saber que é só um
retrato", observa. "No ranking, parece que a rede particular é muito
melhor do que a pública, e nem sempre é verdade." Na média geral das
quatro áreas, a rede privada tem nota 20% maior do que a pública (mais
informações na página A19).
Recursos. Entre
as 20 escolas que ocupam o topo do ranking, apenas 4 são do Estado de
São Paulo - no ano passado, eram 6. Para ter as médias divulgadas, as
unidades precisam ter ao menos dez alunos no Enem e 50% de seus
concluintes. O critério deixou escolas tradicionais
de fora e algumas unidades já anunciaram que vão recorrer.
É
o caso do Objetivo Integrado, de São Paulo, que no ano anterior ficou
em 1.º. Segundo o colégio, cinco alunos que não seriam da escola teriam
sido registrados no Enem - e outros dois ainda
estariam fora da base. A escola afirma que os resultados dos 40 alunos
que fizeram a prova a colocam em 1.º no País.
O
Objetivo Integrado de Mogi das Cruzes também vai ingressar com recurso,
bem como o Santa Maria, da capital paulista. "Esses números são
importantes para avaliar e planejar aulas", diz
Silvio Freire, diretor de ensino médio do Santa Maria.
O
Instituto Dom Barreto, do Piauí, estava em 5.º em 2011 e não apareceu
agora. "A divulgação é importante não pelo ranking, mas porque as notas
nos permitem melhorar", diz a diretora, Maria
Rangel. Em Minas, Estado que lidera o ranking, unidades de colégios
tradicionais, como o Santo Agostinho, Santo Antônio, Colégio Loyola,
Santa Doroteia e Collegium, também ficaram de fora e prometem entrar com
recurso. O Inep informa que é possível ingressar
com recurso até 4 de dezembro.
Médias. Considerando
todas as escolas, incluindo as que aparecem só em 2012, só quatro
unidades da federação têm mais da metade das escolas com notas acima da
média nacional: São Paulo, Bahia, Rio e Distrito Federal. No Acre, o
pior colocado, 15,1% das unidades tiveram desempenho
acima da média. Em 2012, 87% das escolas estaduais estão abaixo da
média - no ano anterior, entretanto, esse porcentual era de 92%.
Fonte: O Estado de São Paulo, em 27/11/2013.
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