O Conselho Nacional de Educação (CNE) prepara um marco regulatório para
especializações e MBAs ofertados no país. O objetivo é aumentar o
controle sobre a oferta e a qualidade da pós-graduação "lato sensu".
Atualmente, não há uma estimativa oficial sobre a quantidade de cursos
disponíveis, assim como informações consolidadas sobre corpo docente e
projeto pedagógico.
Ainda neste mês o Ministério da Educação lança um cadastro nacional para
reunir informações de especializações presenciais e a distância
ofertadas por instituições federais e privadas. A iniciativa é
decorrente de resolução do CNE publicada em fevereiro. "Esse é um processo. É por reconhecermos a importância e o peso da
oferta desses cursos que estamos aperfeiçoando [o monitoramento]", disse Jorge Messias, secretário de Regulação e Supervisão da pasta. Ele diz que essa é uma primeira etapa da regulação das especializações.
O CNE elabora ainda um outro documento com regras específicas para esse
tipo de pós-graduação. Para Erasto Mendonça, conselheiro responsável
pelo tema, há certos "vazios que precisam ser preenchidos".
Uma das mudanças previstas é no perfil dos ofertantes: a intenção é
estender essa possibilidade a institutos de pesquisa de reconhecida
excelência, escolas de governo e instituições que oferecem mestrado e
doutorado.
Segundo as regras atuais, apenas instituições de ensino superior podem
ter especializações. Esse grupo, no entanto, também pode ser afetado: o
conselho estuda exigir um desempenho mínimo da graduação ligada à área
de especialização.
Para oferecer a pós, o curso correlato precisaria de nota 4 no CPC
(Conceito Preliminar de Curso), indicador de qualidade que varia de 1 a
5.
A previsão é que o novo modelo esteja em prática a partir do próximo ano
-as regras não valem para instituições estaduais de ensino. "As exigências do MEC são muito poucas e não dão garantia para o aluno
da qualidade [do curso]", avalia Armando Dal Colletto, diretor-executivo
da Anamba (Associação Nacional de MBA). A entidade possui dois selos
próprios para indicar o bom desempenho de MBAs.
Para Messias, diante da ausência de um cadastro nacional ou de notas
concedidas pelo MEC, questões como prestígio da instituição e indicação
de colegas são considerados na análise da especialização.
Esses, de fato, foram fatores que pesaram na escolha de Rosana Hanada,
47, pelo MBA em Gestão Estratégica de Tecnologia da Informação.
- O conteúdo do curso é muito aderente ao meu trabalho e o corpo de
professores tem boa qualificação e experiência de mercado". afirma que deu preferência à pós "lato sensu" pelo viés prático das aulas."Cursos muito acadêmicos são interessantes, mas é importante utilizar o
conteúdo [aprendido] no dia a dia", afirma ela, que concluiu o MBA este
ano na Fundação Getúlio Vargas.
Fonte: Folha de São Paulo, em 7/4/2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário