domingo, 18 de maio de 2014

Após decisão de juiz “Ato em Solidariedade às Religiões de Matriz Africana”

Após a decisão do juiz Eugênio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, em que relatou não serem urgentes as retiradas de vídeos depreciativos contra seguidores da Umbanda e do Candomblé, o interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), Ivanir dos Santos, em acordo com o presidente da Associação Nacional de Mídia Afro (ANMA), Márcio de Jagun, anunciou, em Mesquita, no fórum “Grita Baixada”, a convocação a seguidores de todas as religiões, políticos, artistas e ateus para o “Ato em Solidariedade às Religiões de Matriz Africana”, que ocorrerá na próxima quarta-feira (21/5), às 17h, com local ainda a ser definido.

- Estamos aqui, na Baixada Fluminense, para discutir segurança. E, neste momento, todos nós corremos riscos. Um funcionário de um estado laico disse que a Umbanda e o Candomblé não são religiões, e que não temos um Deus. Ele negou o pedido da ANMA de retirada imediata dos vídeos que destroem os sagrados de milhões de pessoas por todo o Brasil. Num momento como este, como sacerdote do Candomblé, só posso confiar em Olodumare e contar com os apoios de toda a sociedade, pois não podemos esquecer que, primeiramente, vão a Umbanda e o Candomblé pra fogueira, mas, logo em seguida, vão os demais”, disse dos Santos, que defendeu o livre arbítrio. Todos têm o direito a escolher o caminho pelo qual chegará a Deus. Ou, inclusive, de não crer em nada. Para nós, religiosos, respeitar o livre arbítrio é o mesmo que respeitar Deus, pois é um dom dele concedido a cada um”.

Mobilização

Presenças de diversos segmentos que compõem a CCIR já estão confirmadas, incluindo evangélicos. Contudo, para o interlocutor do grupo, há a necessidade imediata de se convocar toda a sociedade. Segundo ele, na segunda-feira (19), haverá um esforço para que, em um primeiro momento, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) seja o local. “Como hoje é sábado, temos de resolver isso logo pelas primeiras horas de segunda-feira, e tentaremos fazer o ato na ABI. A intenção é convocar políticos que defendam os Direitos Humanos, artistas, escritores, intelectuais e, principalmente, os jovens”, disse.

O imbróglio teve início logo após o magistrado negar pedido do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) de retirar 15 vídeos que deslegitimam os cultos afro-brasileiros. Além disso, no despacho, Rosa justificou que “as manifestações religiosas afro-brasileiras não se constituem em religiões, muito menos os vídeos contidos no Google refletem um sistema de crença - são de mau gosto, mas são manifestações de livre expressão de opinião”. O MP recebeu as denúncias pela Associação Nacional de Mídia Afro.

Ricardo Rubim
Coordenador de Comunicação
CEAP - Centro de Articulação de Populações Marginalizadas/Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. 
55 (21) 2232-7077 / 99290-5933 / 98666-1404.
www.ceaprj.org.br/ www.ccir.org.br

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