Nas últimas décadas, as gerações passaram por grandes mudanças
comportamentais e de valores. Essas transformações refletiram também na
Educação, fazendo com que os públicos envolvidos com o ensino, sejam
escolas, diretores, gestores, pais, ou alunos ficassem insatisfeitos com
o que é aplicado. A partir desse pressuposto, a consultoria em
engajamento Santo Caos realizou um estudo em formato de vídeo
documentário chamado “Do Giz ao Tablet”, que aponta os principais
problemas do modelo de ensino atual. Para Guilherme Françolin, sócio e
diretor de novos negócios da Santo Caos, um dos pontos mais relevantes
foi perceber que as escolas não entendem como podem usar a tecnologia
para potencializar a educação. “Por mais que um tablet, lousas digitais
ou ferramentas tecnológicas na sala de aula proporcionem um potencial
incrível, muitas vezes são meios utilizados apenas como mera apostila
digital, uma forma de acessar conteúdos que a escola disponibiliza.
Deste modo, diminui-se toda a capacidade que este recurso possa
atingir”, afirma.
Segundo Françolin, após ouvir mais de 100 horas de declarações de
especialistas, pais, diretores, gestores e professores, além de mapear
oito escolas do Estado de São Paulo – entre públicas e particulares -
ficou claro que ninguém está satisfeito com o que é oferecido
atualmente. O executivo revela que na visão dos pais e especialistas na
área ouvidos pela consultoria, o grande gargalo atualmente está
relacionado a padronização, seja do conteúdo ou na maneira como os
alunos são tratados. “No decorrer das gravações percebemos que tanto
para os pais quanto especialistas, o ensino precisa ser repensado em
relação ao estilo que o aprendizado é conduzido, já que na vida fora da
escola as pessoas precisam desenvolver competências e habilidades que
possam ser aplicáveis. No atual modelo, prevalece a padronização e não a
liberdade para aperfeiçoar-se no que gosta”, explica.
Guilherme esclarece que ainda de acordo com o documentário, os
professores acreditam que a principal dificuldade para melhorar o ensino
são os programas pedagógicos aplicados que pouco acrescentam aos
alunos. “Para os educadores, a grade atual de ensino pouco agregam aos
alunos, já que os conteúdos que são passados visam apenas o ingresso dos
jovens nas universidades e não um melhor preparo para a vida”, comenta.
O executivo também reforça que para os gestores e diretores a cobrança
excessiva dos pais no vestibular é um dos fatores que dificulta a
evolução do ensino. “Embora os pais sejam os ‘financiadores’ das
instituições, muitos gestores e diretores acreditam que há uma cobrança
exacerbada em cima dos jovens para serem aprovados nos vestibulares.
Isso costuma gerar um entrave na mudança do ensino. O que se observa,
felizmente, é que os jovens estão buscando outros caminhos”, diz.
Na opinião de Guilheme Françolin, a busca por uma mudança no modelo
educacional brasileiro é clara. No entanto, para que haja uma
transformação, cabe a cada um encontrar o problema e junto a
profissionais qualificados buscar soluções para eles. “Os pais da
geração Y entendem que a necessidade da educação escolar mudou. O que
grande parte deles percebe é que com o pleno emprego e acesso fácil a
internet, somente passar conhecimento não basta. Para eles, neste modelo
de ensino, seus filhos saem despreparados emocionalmente para a vida,
embora tenham boas notas e absorvam uma quantidade significativa de
informação. Para o futuro, é necessário trabalhar com mais clareza as
competências comportamentais, estas que serão aplicadas na faculdade e
posteriormente exigidas no mercado de trabalho”, complementa.
Fonte: Consultoria Santo Caos, em 26/1/2015.
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