Trinta e quatro milhões de crianças e adolescentes não frequentam a
escola em países afetados por conflitos, segundo a Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),
adiantando que são necessários US$ 2,3 milhões (2 milhões de euros) para
educação. Os dados integram um novo texto, divulgado hoje do relatório
de acompanhamento da iniciativa Educação para Todos (EPT) da Unesco.
O último relatório sobre a EPT, divulgado em abril, mostrava que apenas
um terço dos 164 países que há 15 anos lançaram a iniciativa atingiu os
objetivos fixados e identificava os conflitos como um dos maiores
obstáculos ao progresso.
O novo texto indica que “as crianças em países afetados por conflitos
têm mais probabilidades de estarem fora da escola que as dos países não
afetados,” enquanto para os adolescentes a probabilidade é dois terços
maior.
A ONU informa que uma das “principais razões” para o problema “é a falta
de financiamento”. “Em 2014, a educação recebeu apenas 2% de ajuda
humanitária.”
Os US$ 2,3 milhões que a Unesco considera necessários para fazer
regressar à escola as 34 milhões de crianças e adolescentes nos países
em conflito correspondem a dez vezes o valor da ajuda disponibilizada
para a educação atualmente.
“Mais de metade da ajuda humanitária disponível para educação foi
atribuída a apenas 15 dos 342 pedidos feitos entre 2000 e 2014”,
explica a agência da ONU.
Em 2013, foram identificados nos países em conflitos necessidades de
apoio na área de educação as 21 milhões de pessoas. No entanto, apenas 8
milhões foram incluídas nos apelos e desses só 3 milhões receberam
ajuda.
“Voltar à escola pode ser a única centelha de esperança e de normalidade
para muitas crianças e jovens em países mergulhados em crises”,
acrescenta a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, citada no
comunicado.
Cerca de 58 milhões de menores estão fora da escola em todo o mundo e 100 milhões não conseguem completar o ensino primário.
Fonte: Agência Lusa, em 29/6/2015.
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