O livro Jovens Universitários em um Mundo em Transformação: uma pesquisa sino-brasileira traz os resultados da primeira pesquisa conjunta Brasil-China sobre as aspirações e expectativas, valores e modo de vida dos universitários dos dois países.
Em relação à
estrutura familiar, a maioria dos universitários de Brasil e China
residem em família cuja estrutura é completa. No entanto, o número de
brasileiros que moram com pais solteiros é muito maior que o de
chineses. Os chineses que residem com os amigos são relativamente mais
numerosos do que os brasileiros.
O livro sintetiza as
principais conclusões dos 2.429 questionários aplicados a
universitários no Brasil e 1.729 respondidos na China. A publicação, fruto de uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS), pode ser baixada gratuitamente no Portal Ipea (www.ipea.gov.br).
Sobre os estudos e o
planejamento após a graduação, o levantamento mostrou que os chineses
são mais estudiosos que os brasileiros, tendo um número superior de
horas de aulas e estudos fora da sala de aula, e que tanto os
universitários brasileiros quanto os chineses manifestaram o interesse
em continuar os estudos após a formação. No entanto, o índice de troca
de curso por parte dos brasileiros é bem maior. Ao se tratar da postura
política, tanto universitários chineses quanto brasileiros consideram-se
observadores da política, mas não participantes.
Ao avaliar o ensino
superior no Brasil, um ponto intrigante no sistema é que os homens não
estão tendo bons resultados no ensino médio e estão encontrando
dificuldade em adquirir qualificações superiores, ao mesmo tempo em que
as mulheres estão avançando consideravelmente e ocupando espaços cada
vez maiores no sistema.
A expansão do número
de vagas na educação superior trouxe mais jovens para a universidade e
introduziu maior diversidade em todos os âmbitos. A escolaridade de mães
e pais aparece como um fator determinante para o ingresso dos filhos na
universidade. No caso das mães brasileiras de estudantes participantes
da pesquisa, observa-se que 44,6% adquiriram um diploma de graduação ou
pós-graduação, enquanto que entre os pais dos estudantes esse percentual
atinge 39,6%. Na China, contudo, o maior grupo de estudantes possui
mães e pais com ensino médio completo ou superior incompleto,
representando 49,7% e 46,6%, respectivamente.
Quando confrontados
com aspectos gerais do mundo do trabalho, os brasileiros deram uma
importância maior do que os chineses a temas relacionados à qualidade do
trabalho ou ao emprego que almejam, além de alguns aspectos altruístas
em relação à vida profissional. Já os chineses deram uma importância
maior do que os brasileiros a aspectos relacionados à autonomia e à
liberdade em relação ao trabalho.
No que diz respeito
às perspectivas de futuro, surpreende que a maior parte dos jovens
universitários chineses e brasileiros pretenda continuar na universidade
após a graduação, a maioria para fazer uma pós-graduação e alguns para
fazer outra graduação. Ingressar ou continuar no mercado de trabalho
assim que concluir a graduação, com destaque para a tentativa de um
emprego no setor público dos dois países, é a pretensão de mais da
metade dos brasileiros e de quase a metade dos chineses.
A grande maioria dos
jovens universitários brasileiros pretende construir uma carreira na
sua área de graduação. Entre os chineses, é mais relevante do que no
caso brasileiro o número de jovens universitários que pretende seguir
carreira fora da área de graduação e até mesmo os que dizem não
pretender trabalhar.
Para
Eduardo Luiz Zen, um dos organizadores da publicação e técnico de
planejamento e pesquisa do Ipea, os dados levantados pelo estudo traçam
um perfil bastante amplo da juventude universitária em ambos os países e
buscam contribuir para melhorar a compreensão intercultural e
identificar possíveis bases de cooperação sino-brasileira. "A pesquisa
pode servir de subsídio para o avanço científico, para as políticas
públicas de educação e de juventude e para conhecimento mútuo entre os
dois países", destaca.
Fonte: Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
www.ipea.gov.br
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Fundação pública vinculada ao Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada fornece suporte técnico e institucional às ações
governamentais – possibilitando a formulação de inúmeras políticas
públicas e programas de desenvolvimento brasileiro – e disponibiliza,
para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.
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61 2026-5334
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