Em
uma escola da rede pública de ensino em Araçatuba (SP), um pouco antes
do Carnaval, uma professora foi mordida com força no braço por uma aluna
de 14 anos, depois de ser repreendida por mau comportamento em sala de
aula. O fato virou caso de polícia. “Problemas de agressão e de
intimidação de professores por alunos, infelizmente, são frequentes no
Brasil. E o número de ocorrências deve ser maior do que se imagina. Por
diversas razões, muitos casos devem ser desconhecidos”, acredita Fabio
Silva, coordenador pedagógico do Ético Sistema de Ensino.
De
fato, o Brasil é um dos países mais hostis com seus professores,
principalmente da rede pública de ensino. É o que mostra uma pesquisa
realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), em 2014. Entre 34 economias avançadas ou emergentes, em que
mais de 100 mil professores foram entrevistados, o Brasil lidera o
ranking de violência nas escolas. Dos educadores que foram escutados
aqui, 12,5% disseram já ter sofrido agressões verbais ou intimidações
por parte de alunos, ao menos uma vez por semana.
“É um número
impressionante, se comparado a média observada nessa pesquisa. Nos
outros países, apenas 3,4% dos professores disseram fazer parte desse
grupo. Essa violência se deve, entre outros fatores, principalmente à
falta de valorização que damos aos nossos professores”, diz o
coordenador pedagógico. A pesquisa também aponta para isso. Para apenas
12,6% dos entrevistados, a profissão é valorizada no Brasil, enquanto
que nos outros países que participaram dessa pesquisa, 31% pensam da
mesma forma.
Fonte: Ético Sistema de Ensino, em 08/03/2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário