quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Escolas do ABC investem em educação política

A pouco menos de um mês para as eleições, que acontecem nos dias 7 e 28 de outubro, primeiro e segundo turnos, respectivamente, as escolas da região intensificam projetos interdisciplinares de educação política com os alunos.

O objetivo é que por meio de apresentações, debates, discussões e literatura os estudantes possam retratar e refletir sobre os principais acontecimentos políticos do Brasil e do mundo, entender a importância do voto consciente e formar opinião.


Em Santo André, os professores do Colégio Stocco, orientados pela coordenadora Adriana Sbrana, trabalham no projeto eleições 2018 com o ensino fundamental. Os alunos discutem o ponto de vista dos presidenciáveis e candidatos a governador a partir de temas distribuídos entre turmas; o 5º ano, por exemplo, debate a temática de transporte, enquanto o 6º ano discute saneamento básico e moradia; 7º ano, saúde; 8º, educação; e os alunos do 9º anos tratam de segurança pública.


No desenvolvimento do projeto os estudantes elencam as propostas positivas e as negativas de cada candidato e fixam em cartazes em sala de aula. Ao final, no dia 5 de outubro, participam das eleições na própria escola. Já para os menores, o tema é debatido por meio de literatura, com apoio do livro de Pedro Bandeira – A Eleição da Criançada, que retrata histórias de cidadania.


O Stocco trabalha ainda com representantes de sala escolhidos por meio de eleições democráticas e incentiva os alunos a assistirem a propaganda eleitoral. “Temos preocupação de incluir a conscientização política no currículo dos alunos não só na época de eleições, mas durante todos os anos do ensino”, explica a diretora Jozimeire Stocco.


No Colégio O Bosque, também em Santo André, a partir do 9º ano, os estudantes do ensino médio pesquisam o plano de governo dos candidatos à presidência e ao governo do Estado. Os alunos expõem e discutem os pontos positivos e negativos de cada candidato, com intuito de entender cada proposta de governo e votar conscientemente.


Abordagem na área exige cuidados


Na visão de Sanny Silva Rosa, professora de Política na USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), os docentes devem ter cuidado ao tratar o assunto em sala de aula para evitar discussões emocionais. “A escola deve fazer um trabalho cuidadoso para esclarecer e permitir que ideias sejam debatidas sem cair em extremos e transparecer preferências pessoais”, afirma.


A professora explica que a falta de informação de boa parte dos estudantes se dá não apenas pela falta de interesse, mas também no entendimento difuso das competências de entes federativos e a falta de esclarecimento nas escolas. “Mais importante do que explicar o conteúdo aos alunos é que as próprias escolas trabalhem a formação política aos docentes para eles que tenham competência de esclarecer dúvidas dos alunos”, acrescenta.


Para Sanny, o tema pode ser discutido por meio de práticas comuns, já na educação infantil, como responsabilidade do trabalho em equipe e comando de turma. “São pequenas decisões que podem ser debatidas e já habituar os alunos”, diz.


Rede oficial de ensino


Em Santo André, a Prefeitura informa que o tema eleições é trabalhado ocasionalmente em diferentes disciplinas, mas não há projeto específico. Já em São Bernardo, desde o ensino infantil os alunos constituem Grêmio Estudantil ou Conselho Mirim, onde discutem assuntos referentes ao cotidiano das crianças e aprendem sobre representatividade, com apresentação de propostas de trabalho e rodas de conversa.


Em Ribeirão Pires, o tema de eleições é abordado somente entre alunos do Ensino de Jovens e Adultos – EJA – Tempo de Aprender. As demais prefeituras não retornaram com informações.


Já nas escolas estaduais o tema voto consciente é abordado por meio de debates e rodas de conversa dentro do currículo, em especial, para alunos do ensino médio.


Fonte: site Repórter Diário em 18/09/2018: https://www.reporterdiario.com.br

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