A língua portuguesa foi aprovada como o quinto idioma oficial da Campanha Global pela Educação (CGE), em sua 4ª. Assembléia, realizada em Paris, na semana de 22 a 25 de fevereiro. Essa era uma reivindicação antiga feita pelos países de língua portuguesa e tomada como bandeira pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, conhecida como “Campanha Brasileira” no âmbito da CGE.
“Se o poeta português Fernando Pessoa disse que ‘minha pátria é minha língua’, que a Campanha Global possa ser pátria de todos os que atuam pela educação para todos, independentemente da língua que falam”, defendeu Iracema Nascimento, coordenadora executiva da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, dirigindo-se ao plenário.
A Campanha Brasileira ainda promoveu reunião com delegados de países de língua portuguesa, como Angola, Moçambique, Portugal e Timor Leste, para dar continuidade às articulações em torno da “Rede Lusófona pelo Direito à Educação”, iniciadas em janeiro de 2008.
Em uma das conferências públicas da assembléia, a Campanha apresentou sua proposta de Custo-Aluno Qualidade.
Moções
Na Assembléia foram aprovadas diversas moções, entre elas a que defende financiamento público para a educação. Construída coletivamente pelos delegados da América Latina e defendida no plenário por Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Brasileira, foi aprovada e aclamada por unanimidade.
Outra moção aprovada foi a da Internacional da Educação, que defende a contratação de professores profissionais, com formação e salário digno, não voluntários e leigos, o que é comum na África e na Ásia. Também foi aprovada moção sobre inclusão educacional de pessoas com deficiência. Em breve, divulgaremos todas as moções aprovadas com texto em português.
Além disso, foi aprovada a Educação Infantil como tema da Semana de Ação Mundial 2012.
Mandato da Campanha Brasileira
Nesta 4ª Assembléia, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação do Brasil deixou o Comitê Diretivo da Campanha Global, posição que ocupava desde 1999, quando a CGE foi lançada. No último mandato, que se iniciou em dezembro de 2006, a Campanha Brasileira obteve várias conquistas junto à CGE. Foi a anfitriã e organizadora da 3ª Assembléia, em São Paulo. Foi a primeira vez que o evento aconteceu na América Latina. Ainda conseguiu propor e hospedar o Seminário Internacional sobre Educação de Qualidade (mar/2010) e participar da coordenação da iniciativa 1GOL em nível Internacional (mar/2009-set/2010).
A Campanha Brasileira passa a integrar as iniciativas de pressão sobre o G-20 (participam os líderes de 19 países dos cinco continentes e da União Europeia) e o Bric (formado por Brasil, África do Sul, Índia e China) para que os países membros priorizem a garantia do direito à educação.
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação da Argentina passou a representar as coalizões nacionais da América Latina junto ao Comitê Diretivo da Campanha Global, representada por Alberto Croce.
E a coordenadora da Clade (Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação), Camilla Croso, foi indicada como presidente da CGE, ao lado de Jeniffer Chiwela (vice-presidente, diretora Rede Africana de Educação para Todos), Monique Fouilhoux (chair, secretária geral adjunta da Internacional da Educação) e de Maria Khan (vice-chair, secretária geral da Associação Asiática para Educação Básica e de Adultos). Na Campanha Global, a escolha dos cargos de presidente, vice-presidente, chair e vice-chair não se dá pela assembléia geral, mas é feita de forma indireta, entre os que compõe a direção. Várias discussões sobre a democratização da CGE foram feitas nesta 4ª. Assembléia e uma das idéias é que esses cargos passem a ser eleitos por todos os membros.
A delegação da Campanha Brasileira nesta 4ª. Assembléia foi composta pelo coordenador geral, Daniel Cara, a coordenadora executiva, Iracema Nascimento, a assessora de projetos, Maitê Gauto, e a secretária executiva da Undime, Vivian Fuhr, representando o Comitê Diretivo. Leia essa matéria no site da Campanha, clicando aqui.
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