quarta-feira, 16 de março de 2011

Unidade da categoria e campanha salarial dentro das escolas


    O Sinpro-Rio realizou no dia 26 de fevereiro, na hora do almoço, às 12h30, quase às vésperas do Carnaval, a segunda assembleia da Educação Básica (a primeira foi perto do Natal, no dia 15 de dezembro), com objetivo de discutir a proposta patronal e os rumos da campanha salarial. O debate teve como foco a luta pelo reajuste integral do INPC no mês de abril, o ganho real, o aumento diferenciado para os pisos salariais em todos os níveis e a crítica do modelo de campanha dirigida pelo atual presidente da entidade.

     Durante a assembleia, nós, do Articulando Educadores, enfatizamos a necessidade da unidade da categoria e de uma campanha salarial dentro das escolas. Defendemos a rejeição à ridícula proposta patronal de reajuste de 5,5% em 1º de abril e parcelamento da complementação ao INPC e diminuto ganho real (em torno de 0,3%) em outubro e janeiro de 2012.

     Defendemos também, que na comissão paritária, o Sinpro-Rio negocie nas bases do INPC integral em abril mais um ganho real condigno, discutindo com os patrões a forma do seu pagamento. Além disso, que a Comissão Paritária deva se empenhar na conquista de um aumento diferenciado para os pisos salariais em todos os níveis. Nós, do Articulando Educadores, não concordamos como foi iniciada a campanha salarial de 2011,, negociando com o patronato nos meses de outubro, novembro e dezembro sem convocar uma assembleia da categoria para elaborar e aprovar a pauta de reivindicações, o que só foi feito na tal assembleia de Natal, sem o conhecimento e participação da categoria.

     A participação das professoras e professores que se somam no crescente movimento Articulando Educadores, foi fundamental, defendendo intransigentemente a unidade da categoria e a nossa pauta de reivindicações.

     O jornal Folha Dirigida esteve na assembleia e publicou as intervenções de alguns professores do Articulando Educadores com a seguinte manchete: "Foco na luta por reajuste é apontado como prioridade durante a assembleia".

     Para o professor de história Oswaldo Teles, o reconhecimento da necessidade da antecipação da campanha não é o essencial. Segundo ele, a categoria precisa ser firme na defesa dos seus interesses: "a proposta patronal é uma indecência. Não devemos aceitar nada menos que o INPC integral em abril, pois 5%, em termos financeiros, para quem ganha o piso é baixo demais. Em 2010, o Brasil cresceu 7% economicamente, por isso, não há porque a categoria não ter aumento".


    Na visão do professor Hélcio Alvim, em um país em que a minoria dos educadores efetivamente ganha o piso ou acima, a luta deve partir do aumento diferenciado do piso: "é importante que os professores se unam para discutir o avanço neste ponto. Necessitamos de um ganho superior para os pisos. O piso atual é imoral".

     Já o professor Élson Simões vê a vitória do INPC como a conquista básica para que seja fortalecida a luta pela melhoria do piso salarial: "não é de hoje que o patronato manda um segmento inteiro para fora das escolas e recontrata professores com salários ainda mais baixos. Devemos forçar o patronato pela elevação do piso, pois não há crise na Educação, só aumento da lucratividade".

     Contrário à ideia de que a antecipação da campanha tenha relevância histórica para o sindicato, o professor Francilio Paes Leme considera que a falta de diálogo antes do início das negociações pode ter comprometido a Campanha: "antes do início das negociações, o correto seria que tivesse sido realizada uma assembleia com a categoria. É o que dá parâmetros para a comissão de negociação. Agora, o que temos a fazer é mostrar sinal de amadurecimento ao patronato e exigir o não parcelamento do INPC. No entanto, penso que podemos discutir quanto teremos de ganho real e a forma de pagamento deste ganho".

Próxima assembleia, sábado, 2 de Abril, às 13 horas, no Auditório da ABI, rua Araújo Porto Alegre, 71,  9° andar.

Um comentário:

  1. Caros professores,
    De fato, a importância do debate sobre a campanha salarial requer a mobilização da categoria, o que só se pode conseguir com o comparecimento expressivo de professores. Por isso, não entendi a convocação em datas próximas ao Natal e carnaval, em que o esvaziamento é claramente previsível. Para compensar, é preciso estimular a presença maciça dos professores na assembleia do dia 2 de abril. O consenso não se faz por imposição de grupos minoritários, mas pelo respeito à opinião das maiorias. É assim que entendo a verdadeira democracia.
    Cordialmente
    Regina Rocha

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