Relatório divulgado no dia 22/9 pela Organização das Nações Unidas para a
Educação (Unesco), informa que os países que
integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
colocaram a educação e a capacitação no centro de suas estratégias de
desenvolvimento e têm impulsionado o progresso mundial na educação. O
documento registra que os cinco países fizeram investimentos maciços em
todos os níveis educacionais na busca de atender às necessidades de suas
economias emergentes. Juntos, os integrantes do Brics ofertam educação
para cerca de 40% da população mundial, segundo o relatório.
A publicação Brics: Construir a Educação para o Futuro buscou
identificar os sucessos e desafios enfrentados pela educação nesses
países e recomenda uma colaboração mais efetivas entre as cinco
economias do bloco para acelerar o progresso na educação.
Apesar de reconhecer os avanços, o relatório indica que para alcançar o
crescimento econômico equitativo e o desenvolvimento sustentável é
preciso mais investimento na educação, com prioridade para a educação
básica, superior e o desenvolvimento de habilidades. Alerta também para
as disparidades entre as escolas que fazem com que as crianças mais
pobres sofram mais com a baixa qualidade educacional.
Na educação básica, o relatório diz que Brasil, China, Índia e África do
Sul devem alcançar a educação primária e secundária universal, reduzir
as desigualdades na oferta e aumentar o rendimento escolar. “Os países
também devem colocar maior ênfase na expansão de programas de boa
qualidade em cuidados e educação na primeira infância”, registra.
Em relação a educação superior, aponta que a demanda por esse nível de
ensino tem aumentado e os países do Brics devem expandir a oferta de
educação superior e construir centros de excelência mundial em ensino e
pesquisa.
Quanto ao desenvolvimento de habilidades, o relatório recomenda que
sejam criados sistemas de desenvolvimento de habilidades complexas para
que os países diversifiquem suas bases econômicas. Recomenda ainda a
expansão e modernização da trajetória técnica e profissional do ensino
secundário e superior e a expansão dos programas de formação que têm
como alvos jovens e adultos carentes.
O relatório cita como positivas algumas iniciativas brasileiras, entre
elas o Plano Nacional de Educação, que estabelece objetivos de
aprendizagem explícitos a médio e longo prazo, e diz que o país tem
planos ambiciosos para desenvolver a formação técnica e educação
profissional e tecnológica. Cita ainda como positivo o sistema de cotas
para estudantes de escolas públicas nas universidades federais e a
decisão do governo de destinar 75% dos royalties do petróleo para a
educação.
Entre as sugestões de cooperação entre os países do Brics para aprimorar
os avanços na educação estão a união de forças para melhorar a
qualidade dos dados educacionais; o compartilhamento de experiências na
criação e implementação de avaliações nacionais de desempenho de
estudantes e gerenciar a rápida expansão do ensino superior.
Fonte: Agência Brasil, em 22/9/2014.
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