A professora Bárbara Cruvinel, 33, foi demitida depois de mudar as notas
de seus alunos e dar dez para toda a turma do oitavo semestre do curso
de direito da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
Segundo a docente, a mudança ocorreu após ameaça de uma aluna -
reprovada na disciplina de direito civil – feita dentro da sala de aula.
"Eu entreguei as notas no departamento em junho. Na primeira semana de
agosto, a universidade questionou verbalmente o porquê do nivelamento
das notas e frequências, diante da minha resposta da ameaça sofrida, em
26 de agosto, veio a demissão", disse.
A demissão pegou a
professora de surpresa. Ela afirma que chegou a informar o incidente com
a estudante a PUC-GO e que um processo acadêmico foi aberto para apurar
o caso. No entanto, nenhuma providência foi tomada contra a
universitária.
Em nota, a instituição de ensino respondeu por
meio de sua assessoria de imprensa que o desligamento da professora
ocorreu por problemas didáticos e pedagógicos apresentados por ela. E
acrescentou que em respeito à ética, e para preservar a profissional,
decidiu manter reserva dos detalhes.
A
docente decidiu alterar as notas por estar com medo de sofrer algum tipo
de agressão física da universitária. Segundo Cruvinel, até seus filhos
foram ameaçados.
"Eu não tive escolha. Vidas estavam em risco.
Ela foi bastante clara no tom da ameaça: eu deveria resolver o problema
da reprovação dela imediatamente enquanto aplicava provas em outra sala.
Doa a quem doer, ou em mim ou em meus filhos", afirmou.
Alguns estudantes do curso de direito se sentiram prejudicados com a
demissão da professora. Na segunda-feira (29/8), alguns deles fizeram
um protesto em frente à faculdade para pedir a volta de Cruvinel.
Wilma Rosa Avelar, 49, foi uma das estudantes que participaram do
protesto. "Participei porque achei a demissão abusiva, desrespeitosa,
insana e desnecessária. Arrancaram de aproximadamente 380 alunos, umas
das professoras mais amadas e capacitadas da PUC sem um motivo que
justifique."
Segundo a estudante de direito, a atitude da
professora foi tomada por "um motivo maior". Ela ainda ressalta que a
demissão foi desrespeitosa com os alunos, já que a turma ainda está em
vigência de estudos.
A professora não respondeu se pretende
entrar na Justiça contra a PUC. Porém, contou ao UOL Educação, que seu
maior desejo é retornar à sala de aula e reassumir as turmas. "Não
bastasse o semestre letivo estar em curso, dos meus dez anos de
carreira, quase todos eles são dedicados à docência."
Fonte: UOL Educação, em 30/8/2016.
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