Uma pesquisa feita pela organização não governamental internacional
Greenpeace encontrou resíduos de pesticida em 60% das amostras de
alimentos recolhidos de um fornecedor de merenda para escolas municipais
do Rio de Janeiro. Para fazer o levantamento, a ONG comprou 40 quilos
de alimentos de uma das seis empresas que fornecem produtos para a
Secretaria Municipal de Educação.
A empresa analisada abastece
com alimentos 171 escolas em 24 bairros cariocas. Depois de adquirir os
alimentos, as amostras foram divididas em 20 lotes de dois quilos cada
um e encaminhadas para o Laboratório de Resíduos de Pesticidas do
governo paulista.
Doze das 20 amostras apresentaram resíduos de
pesticidas, inclusive aquelas com arroz e feijão carioquinha. Em duas
amostras (10% do total) de couve foi encontrado um químico proibido no
país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária: o metamidofós.
Em
outros sete lotes (35% do total), de feijão, pepino e pimentão,
técnicos constataram o agrotóxico benfuracarbe, cujo uso é proibido para
essas lavouras. Em quatro amostras, foram vistos químicos acima do
limite máximo de resíduos permitido.
Em sete lotes, havia dois ou mais agrotóxicos. Nas amostras de pimentão amarelo, detectou-se sete agrotóxicos diferentes.
Segundo
o coordenador da campanha de agricultura e alimentação do Greenpeace,
Rafael Cruz, entre as medidas que poderiam ser adotadas pela prefeitura
do Rio para melhorar a qualidade dos alimentos, estão adquirir produtos
da agricultura familiar (que tende a usar menos agrotóxico do que o
grande produtor), estimular o agricultor dentro da cidade do Rio e fazer
análises periódicas nos produtos adquiridos.
“O município, como
tem responsabilidade pelo que ele coloca no prato da criançada da rede
pública, teria que fazer testes de tempos em tempos, ainda que fossem
testes amostrais, para você saber o que está servindo”, disse Cruz.
De
acordo com o Greenpeace, a cidade do Rio de Janeiro serve
aproximadamente 224 milhões de merendas por ano a seus alunos. Em 2014,
dos R$ 55 milhões investidos em alimentos para as escolas, nada foi
gasto com produtos de agricultura familiar.
Fonte: Agência Brasil, em 17/10/2016.
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